Redator: Gabriel Pinheiro (DRT/BA 2233)

O uso de tecnologias para produção de provas digitais no processo penal e a exposição pornográfica não consentida na internet foram os temas do XV Ciclo de Debates sobre Segurança Pública e Defesa Social, realizado hoje, dia 6, na sede do Ministério Público estadual, em Salvador. Coordenador do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública e Defesa Social (Ceosp), responsável pela organização do evento, o procurador de Justiça Geder Gomes falou que o debate busca promover a troca de experiências e fomentar políticas de Estado. “Crime digital é um assunto que está no centro da agenda pública e o MP precisa estar alinhado para atuar de forma cada vez mais eficiente”, afirmou o procurador.


Integrante do Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos do MP baiano (Nucciber), o promotor de Justiça Dário Kist falou sobre os desafios da produção da prova na investigação dos crimes digitais. “O ciberespaço não conhece fronteiras físicas. É um espaço transnacional e a prova é tão volátil e difusa quanto ele”, afirmou, ressaltando, porém, que todo crime deixa rastros e pode ser provado. “Nós produzimos essas provas o tempo todo. Quando acessamos a rede, isso se dá por meio de um protocolo de internet, o IP, uma espécie de assinatura digital. Com o crescimento do uso da rede, acessada hoje por mais de 5 bilhões de usuários, um IP chega a ser partilhado por centenas de pessoas, exigindo que nossas técnicas se aprimorem a cada dia”, salientou. Dário Kist destacou que a maior dificuldade está em investigar os crimes cometidos na Deep e na Dark Web. “Nessas zonas da rede, onde estão 96% do conteúdo da internet, a criptografia dos dados é mais complexa e a investigação precisa ser igualmente sofisticada”, concluiu.

Fotos: Rodrigo Tagliaro (Rodtag)
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